Ensino Fundamental 2: O que esperar
O Ensino Fundamental 2 é uma das etapas mais importantes na vida escolar de um aluno. Trata-se da jornada mais longa do Ensino Básico, além de representar um período em que os alunos passam por várias transformações importantes, por isso ela foi dividida em duas fases.
O Fundamental I, anos iniciais, começa no 1º ano e vai até o 5º ano. Já o Fundamental II, anos finais, vai do 6º ao 9º ano, e é quando a transição é marcada por alguns desafios. As disciplinas tornam-se mais específicas, com um professor para cada matéria.
Na passagem de uma fase para outra, as mudanças impõem enormes desafios para professores e para a escola como um todo. Ocorrem alterações na estrutura curricular, além do aumento no número de disciplinas e na complexidade dos desafios.
Neste artigo, vamos falar exatamente sobre os desafios dos anos finais do Ensino Fundamental 2 e o que é esperado do professor nessa fase.
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Ensino fundamental 2: o que esperar do professor
Antes de tudo, o professor deve ser um mediador, ajudando os alunos a pesquisarem e descobrirem novos conhecimentos.
Ele não mais “deposita conhecimento”, mas atua como um facilitador da aprendizagem, cujo objetivo deve ser o de contribuir para a plena formação social e política dos estudantes e estimular sua reflexão e criticidade.
De acordo com os pesquisadores Romualdo Portela de Oliveira e GIlda Cardoso de Araújo, o maior desafio do ensino atualmente
[…] é fazer com que ele seja, além de garantido e efetivado por meio de medidas de universalização do acesso e da permanência, uma experiência enriquecedora do ponto de vista humano, político e social, e que consubstancie, de fato, um projeto de emancipação e inserção social. Portanto, que o direito à educação tenha como pressuposto um ensino básico de qualidade para todos e que não (re)produza mecanismos de diferenciação e de exclusão social.
Para que isso seja possível, o professor deve acompanhar de perto a evolução dos alunos e ensiná-los a aprender a aprender, gerenciando o conhecimento aprendido.
Dessa forma, o estudante consegue relacionar o que aprende na escola com as situações de sua vida, sentindo-se menos sobrecarregado de conteúdo.
Além de ter de estar preparado para lidar com as mudanças biológicas, sociais, emocionais e psicológicas do aluno, que entra criança e torna-se adolescente durante o Ensino Fundamental, o professor deve estar atento ainda às habilidades e competências que o aluno precisa desenvolver nessa fase.
Nesse caso, é imperioso ter a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola como apoio nessa fase. O contato com o coordenador pedagógico também se torna fundamental.
De acordo com a BNCC, nessa fase, a escola, e o professor enquanto ator da linha de frente do processo de aprendizado do aluno, deve guiá-lo para que se aproprie de diferentes lógicas de organização dos conhecimentos e tenha sua autonomia fortalecida.
Precisa, ainda, incorporar novas linguagens para aumentar as possibilidades de comunicação e educar o discente “para usos mais democráticos das tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital”.
Os desafios de cada ano do ensino fundamental 2
Cada ano dos anos finais do Ensino Fundamental representa desafios diferentes. Mudam as competências e habilidades que os alunos devem desenvolver e as transformações, os comportamentos e as necessidades dos alunos se distinguem período após período.
Além dos desafios, as metas e os desejos mudam à medida que o aluno avança para o Ensino Médio.
6º ano
É o momento mais delicado dessa fase do Ensino Fundamental, pois é quando o aluno tem o impacto de ter que lidar com várias disciplinas e professores especialistas.
Além disso, começam a aparecer as mudanças na rotina de aprendizagem, como a necessidade de apresentar trabalhos para a turma e usar tecnologia no dia a dia de forma crítica.
O objetivo é ajudar os alunos a se organizarem bem para lidarem com mais matérias, cadernos e livros didáticos e entenderem os desafios que essa nova fase irá colocar na frente deles. Sobre esses desafios, eles devem ser equilibrados, para que os alunos se esforcem, mas consigam superá-los.
7º ano
Neste ano, os alunos estão entrando na adolescência e as mudanças biológicas começam a aparecer com mais força. Isso faz com que os desafios aumentem nesse momento.
Acerca disso, a escola, e principalmente o professor, deve acompanhar o aluno de perto, passando por essas mudanças e conferindo como elas impactam no seu desempenho escolar.
Apesar dos desafios da puberdade, é importante aumentar a complexidade dos conteúdos e exigir cada vez mais dos alunos.
A partir do 7º ano, a escola já deve começar a incentivar a realização de atividades interdisciplinares e trabalhar com temas transversais de forma mais clara para aumentar a capacidade de análise dos alunos.
8º ano
Todos os anos, cada disciplina tem seus próprios desafios, e, no 8º ano, os alunos já estão bem acostumados com a estrutura do Ensino Fundamental. Agora, sua produtividade já deve ser igual ou melhor do que era nos anos iniciais do Fundamental. Portanto, avaliar a evolução e a produtividade dos alunos de forma constante é um desafio desse período.
Além disso, nesse ano os alunos já estão na adolescência. Consequentemente, surgirão conversas em sala sobre temas os quais os professores e a escola devem estar preparados para lidar e orientar, afinal a formação do cidadão é um dos objetivos dessa etapa do ensino básico.
9º ano
O último ano do Ensino Fundamental II é repleto de desafios. Começa a transição para o Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, e isso exige que os alunos aprendam a relacionar os conhecimentos de todas as disciplinas acumulados até aqui.
Se no 7º ano foi apresentado a eles a proposta de execução de atividades interdisciplinares, aqui elas devem ser intensificadas, porém com o objetivo relacionado à resolução de problemas reais do cotidiano.
O nível das análises e das reflexões devem ser mais complexas. Os alunos devem ser estimulados a debaterem sobre assuntos como política, economia, problemas sociais etc.
Essas discussões, no entanto, devem ser acompanhadas e mediadas pelo professor para evitar constrangimentos, preconceitos e outros problemas que esses tipos de assuntos podem acarretar.
Conclusão
Este ciclo apresenta uma série de desafios para os professores, mas é importante enfrentá-los para que os alunos consigam passar por essa etapa tranquilamente, potencializando suas capacidades e produtividade.
Para isso, a escola deve enxergar o aluno como um “sujeito em desenvolvimento, com singularidades e formações identitárias e culturais próprias, que demandam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e diferentes modos de inserção social”, como a BNCC orienta.
Outra questão é que a escola deve compreender que cada ano dessa fase impõe desafios muito particulares e, por isso, é necessário que haja um bom planejamento dos conteúdos e das atividades que serão realizadas.
Dessa forma, a formação dos alunos será completa, pois, além dos conteúdos, também terão garantidos seus direitos enquanto cidadãos.
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Como sua escola verifica se os objetivos dos anos finais do Ensino Fundamental foram atingidos? Conta pra gente nos comentários!