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Concentração e aprendizagem no ensino remoto sob o ponto de vista da neurociência

8 de dezembro de 2020,
E-docente

Qual a relação entre concentração e aprendizagem? De repente, estamos em casa! O contexto atual de aprendizagem por meio do ensino remoto nos traz desafios todos os dias. Entender como acontece esse processo de construção de conhecimento e de desenvolvimento dos estudantes se tornou mais que necessário para nós educadores.

Perceber o momento da motivação, descobrir atividades que gerem neles maior atenção e melhor concentração é um desafio. 

Devemos estar atentos às inúmeras nuances deste processo de desempenho dos alunos. Pensar em uma proposta de trabalho que leve em conta professores preparados, comprometidos com a educação e com o método aplicado ao desenvolver um ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar o que há de mais proveitoso para seus alunos.

Leia também: Como engajar os estudantes nas aulas online durante o isolamento social?

Desenvolvimento mental de crianças e adolescentes

O processo educacional formal é fundamental para o desenvolvimento cerebral humano e romper com esta estrutura pode representar atrasos no desenvolvimento mental de crianças e jovens. Estratégias pedagógicas, como o ensino remoto, são um importante recurso cognitivo utilizado no processo de ensino e aprendizagem. 

Tais estratégias são eficientes para a reorganização do sistema nervoso em desenvolvimento, produzindo novos comportamentos e novos aprendizados. Os processos mentais, como o pensamento, a atenção ou a capacidade de julgamento, são frutos do funcionamento cerebral.

Por essa razão, a continuidade desses processos, mesmo que de forma remota, é ponto básico para a garantia do desenvolvimento cognitivo dos estudantes.

O contexto da neurociência na concentração e aprendizagem

Do ponto de vista da neurociência, o momento e o local onde ocorre o ensino, seja em casa ou na escola, atuam também no processo de aprendizado, podendo este aprendizado ser positivo e/ou negativo. Devemos estar atentos a este processo.

Para Marta Relvas (2007), aprender é uma questão de foco, organização e ritmo neural. Mas como levar crianças e jovens a se concentrar com o ensino remoto? Desafios como esse estão em pauta no meio educacional.

A Neurociência, quando dialoga com a Educação, promove caminhos para o professor tornar-se um mediador do como ensinar com qualidade por meio de recursos pedagógicos digitais bem como por meio da afetividade, mesmo que distante.

Desse modo, a conexão entre professor/aluno leva em conta diversas formas de encontrar caminhos para a solução de um problema. É fundamental para o professor promover os estímulos corretos no momento certo para que o aluno possa conhecer, integrar, associar, entender e aprender. 

Leia também: Como nosso cérebro aprende: neurociência, aprendizagem e bncc

Estímulos, quando aplicados no cotidiano, podem ser transformados em uma aprendizagem significativa e prazerosa.

Como criar estes estímulos

Atividades colaborativas, discussões provocadas diante do tema abordado, atividades que possam ser executadas em casa são iniciativas que levam os alunos a se concentrar, pois eles se sentem participantes, tendo em vista que encontram prazer pela conquista do conhecimento adquirido, principalmente quando este é produzido pelo próprio educando.

Entender que muitos estímulos não necessariamente trazem resultados é primordial para que ocorra a aprendizagem significativa, uma vez que a qualidade desses estímulos será o grande diferencial para um ensino satisfatório.

Aprendemos com o cérebro e pela centelha dos afetos ou desafetos existentes e recebidos ao longo de nossas vidas.

No momento da preparação de um plano de aula de forma remota, deve-se ter como objetivo expandir o conhecimento do educando a respeito de um determinado tema e é fundamental ampliar a visão de mundo do aluno, criando situações de concentração e aprendizagem que incentivem a descoberta de novos caminhos, de novos entendimentos, de novas formas de fazer, de opiniões diversas, priorizando a estratégia da resolução do problema e não apenas a sua solução final. 

O conteúdo torna-se o meio e não o fim para que os alunos possam adquirir as competências e as habilidades necessárias para seu desenvolvimento.

A forma de aprender está relacionada ao recebimento de estímulos por meio dos canais sensoriais, que são a gustação, olfação, som, visão e tato.

Após o recebimento desses estímulos, a estrutura cerebral recebe, elabora, decodifica e associa as informações, promovendo as lembranças e as aprendizagens que se tornam muito significativas ao longo da vida.

Como estimular o conhecimento segundo a neurociência?

A neurociência traz algumas orientações fáceis de praticar que podem ajudar os mais dispersos. A motivação nada mais é que criar motivos, causar entusiasmo e ânimo, entusiasmar o indivíduo, fazendo-o chegar até a eficácia do conhecimento.  Assim, listamos algumas dessas orientações:

  1. Compreender a necessidade de pausar o cérebro para descansar suas áreas ativas.
  2. Saber se os alunos estão alimentados, pois estudar em jejum não é uma boa ideia para quem busca concentração, uma vez que o sistema atencional requer uma grande quantidade de energia.
  3. Mostrar que fones de ouvido podem ser um recurso excelente para manter o foco.
  4. Ensinar os alunos a manter o local de estudo organizado e limpo, pois locais de estudo sujos e desorganizados são ruins para o cérebro, uma vez que o sistema nervoso tende a se espelhar no ambiente externo (se não há lógica do lado de fora, fica difícil se organizar internamente).
  5. Levar novidades e curiosidades para as aulas online. De acordo com o neurocientista Michael Posner, o cérebro gosta de novidades, assim, produzem o estado de alerta necessário para a concentração e influenciam na orientação neural. Porém, como a novidade captura a atenção do estudante, mas não a sustenta, esses acessórios devem ser trocados periodicamente, despertando a curiosidade dos alunos, trazendo novas descobertas no meio digital e estimulando-os a buscar novas informações a respeito do conteúdo tratado no momento.
  6. Proporcionar experiências inovadoras com resultados que sejam visíveis aos olhos dos estudantes.

Conclusão

Professor, use a tecnologia a seu favor para uma melhor concentração e aprendizagem escolar!

Vale lembrar que nada substitui a convivência social proporcionada pela escola, assim como uma boa aula presencial, contato afetivo entre colegas e professores. Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem, afinal é um processo fundamental da vida.

Gostou de ler sobre concentração e aprendizagem? Então saiba mais sobre o professor do presente e o ambiente virtual!

Referências Bibliográficas

Furquim, Darcy. Alunos com dificuldades de concentração: entenda como a tecnologia pode ajudar. Escolas disruptivas, 2019. Disponível em: https://escolasdisruptivas.com.br/escolas-do-seculo-xxi/alunos-com-dificuldades-de-concentracao/. . Acesso em 20/10/2020.

LENT, R. Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Koogan, 2018.

Consenza, Ramon M. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende/ Ramon M Consenza, Leonor B. Guerra – Porto Alegre: Artmed, 2011

Gasparini, Claudia. Revista Exame, 4 dicas da neurociência para melhorar a sua concentração, 2015. Disponível em : https://exame.com/ciencia/4-dicas-da-neurociencia-para-melhorar-a-sua-concentracao/. Acesso em 19/10/2020

RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Educação: potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula. 3. Ed. Rio De Janeiro: Wak Editora, 2018.

Silverman, Rachel Emma. Distrações no local de trabalho: eis porque você não terminará este artigo, 2012. Wall Street Journal. Disponível em: https://www.wsj.com/articles/SB10001424127887324339204578173252223022388

Caroline Leão

Pedagoga, especialista em educação especial,  Neuropsicopedagoga Clínica e Institucional. Possui MBA em Gestão de Pessoas e Sustentabilidade e atua como Assessora Pedagógica da Saber (Ática, Scipione e Saraiva).

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