escolha profissional aluno

Quando chega a hora da definição de uma profissão, o jovem pode até ficar paralisado diante de tantas opções! O artigo de hoje se propõe a refletir caminhos possíveis para dar suporte a esses alunos que enfrentam essa fase tão decisiva.

Antes de iniciar uma sequência didática sobre o assunto com nossos alunos, vale a pena pensar na nossa própria relação com o trabalho. O mundo está mudando rapidamente, então aquelas profissões que antes considerávamos mais adequadas para homens ou para mulheres podem estar disseminadas de forma mais equilibrada entre os gêneros hoje em dia.

Há também a questão das profissões que tendem a ser substituídas por máquinas, pela automação. Some-se a isso o fato de que muitos de nossos estudantes exercerão profissões que nem sequer foram inventadas ainda.

E, assim, nós mesmos podemos ficar confusos quanto a como ajudar esses alunos. Portanto, o primeiro pré-requisito para colaborar na escolha profissional do jovem é manter uma mentalidade aberta.

A seguir, um passo a passo que você pode adotar para contribuir nesse processo:

Passo 1. Estimule o autoconhecimento

É fundamental que o jovem perceba seus pontos fortes, talentos e aptidões naturais. A partir de perguntas, você pode estimular a reflexão de seus alunos e, assim, começar a trazer à tona essas percepções. Por exemplo:

  • Quais brincadeiras e atividades você adorava quando era pequeno? Será que alguma delas revelava alguma tendência ou algum talento seu?
  • Existe algo em que você seja bom e as pessoas sempre pedem para ajudá-las com isso?
  • Quais são as atividades que você faz e nem percebe o tempo passar, de tanto que se envolve com aquilo?
  • Quais são os profissionais que você admira? Quais são os pontos fortes desse profissional?

Outra sugestão é fazer com os alunos uma lista de todas as profissões que eles conhecem. Todas mesmo! Depois, você pode conduzir uma reflexão para que eles pensem em quais dessas profissões se imaginam ou até mesmo em quais delas não se adaptariam de modo algum. Perceber as razões por trás disso pode também ajudar a dar um rumo para eliminar ou incluir algumas possibilidades.

A partir dessas reflexões, o jovem é convidado a mudar a sua ótica, muitas vezes acostumado a focar naquilo que não consegue ou não sabe fazer, ou seja, nas habilidades que ainda têm a desenvolver. É muito comum – tanto os pais como a própria escola – destacarem as notas baixas e colocarem muita atenção sobre habilidades que não são as preferências do jovem.

O aluno por vezes sequer consegue nomear suas matérias favoritas, e não conhecer suas próprias potencialidades coloca o jovem em risco de desperdiçá-las, por ignorar aquilo do que é capaz.

Passo 2. Pesquisem sobre o mercado de trabalho

Com a ampliação do entendimento sobre os talentos do jovem, seus valores e até o tipo de vida que gostariam de ter no futuro, o próximo passo é compreender melhor como funciona o mercado na sua área de escolha.

Nesse momento, a escola pode contribuir de várias formas:

  • Explorar a grade curricular dos cursos apontados pelos alunos, fazendo com eles um levantamento das disciplinas que deverão estudar para aprenderem o ofício – muitas vezes isso causa imensa surpresa entre os alunos!
  • Trazer profissionais de áreas variadas para apresentar uma visão geral sobre determinada carreira, seja em palestras ou mesmo em “Feiras de Profissões”
  • Estimular seus alunos, já acostumados às redes sociais como Instagram ou TikTok, para que conheçam a plataforma do LinkedIn, uma rede social voltada para o desenvolvimento profissional, networking e recrutamento.

Passo 3. Apoie seu aluno para um planejamento eficaz

Com mais clareza sobre sua área de escolha, é a hora do jovem planejar e entrar em ação.

Nesse momento, o aluno precisa atentar para datas importantes, como as datas dos vestibulares, vestibulinhos ou do Enem. Pode ser interessante que cada aluno elabore para si um calendário com as informações mais relevantes, indicando, por exemplo, datas para buscar financiamento estudantil ou processos de bolsas de estudo.

Além disso, o aluno pode criar um plano de metas que o ajude, desde já, a se preparar para a profissão que quer exercer no futuro.

Como sugestão, preparamos uma matriz que pode contribuir para esse planejamento do aluno.

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Para concluir, vale lembrar que o planejamento sem execução não levará a destino algum. O viajante que fizer as malas e planejar a viagem completa permanecerá inerte se não comprar as passagens e dirigir-se à rodoviária ou ao aeroporto.

Encoraje seu aluno a dar os próximos passos dessa incrível jornada e que a viagem possa ser muito proveitosa não só para ele, mas para toda a sociedade!

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Karina Bojczuk

Formada em Letras pela USP, Karina é especialista em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem pela PUC e entusiasta das neurociências aplicadas à Educação e do Futuro do Trabalho.