Chegou a hora de se preparar para a volta às aulas e, nesse momento, qual é o seu primeiro pensamento?

“De volta para o aconchego e trazendo na mala bastante saudade?”

Talvez nas mochilas, lancheiras e acessórios dos alunos que retornam à escola depois de dois meses de férias haja, sim, a tal saudade eternizada na voz de Elba Ramalho. 

Cabe, então, às instituições de ensino transformar em sinônimo de aconchego o espaço em que eles passarão boa parte dos seus dias, a partir de fevereiro.

Quer saber mais sobre como planejar e organizar a volta às aulas?
Então, confira nosso conteúdo que preparamos sobre o tema!

Adote um plano para a volta às aulas

Como fazer a preparação para recepcionar crianças e adolescentes na volta às aulas? Como se preparar, enquanto docente ou integrante da equipe pedagógica, quanto ao ano que se inicia? 

Para tanto, a utilização de ferramentas como planejamento adequado e organização podem significar a diferença entre um retorno organizado e tranquilo ou um verdadeiro caos.

Todo bom resultado é fruto de uma caminhada. Para que haja, então, uma acolhida efetiva e um exitoso retorno às aulas, nada melhor do que um planejamento eficiente. 

Para tanto, muitos professores costumam se utilizar de um Plano de Aula, guia detalhado que descreve todas as etapas futuras da dinâmica de classe: o que os alunos precisam aprender e a forma como o assunto será desenvolvido. 

Os detalhes deste documento podem variar bastante, mas é importante que todos sejam construídos tendo em vista determinados componentes, como:

1. Detalhes da aula

Incluem unidade, número da aula e o tópico a ser tratado.

2. Objetivos da aula

São, em verdade, o núcleo de todo o plano.  Ao delinear os objetivos, é importante que o professor considere um contexto prévio, a fim de resgatar o que as crianças já sabem.

3. Material didático

É interessante que todas as ferramentas a serem utilizadas (além dos livros) sejam listadas. Os materiais de ensino devem ser adaptados ao ambiente de aprendizagem, bem como à nova turma.

4. Metodologia

duração e abordagem da aula, além de todos os recursos didáticos a serem utilizados. É importante que o plano seja elaborado considerando as dez Competências Gerais da Educação Básica definidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

5. Avaliação

Este momento pode ser dividido em duas fases: a primeira, de avaliação dos alunos. É preciso que o professor tenha claro, em mente, como identificar que os estudantes alcançaram os objetivos definidos.

Em seguida, vem a autoavaliação a partir da qual ele precisa refletir se agiu adequadamente para que o objetivo da aula fosse alcançado.

Obs.: pode-se, ainda, estabelecer um tempo específico ao lado de cada etapa, tarefa ou atividade.

Organize a sua rotina como professor

Seja você uma pessoa mais analógica ou digital, que opta por agendas físicas, planners ou aplicativos, cada um costuma se organizar da maneira mais confortável e prática, de acordo com sua rotina e preferência. 

A despeito de qual seja o formato, algumas atitudes e hábitos podem ajudar a todos na organização diária.

Trabalhe o lado emocional

Tão importante quanto cuidar de questões práticas relacionadas à volta às aulas, estar atento à saúde emocional também é imprescindível.

Seguem, portanto, algumas dicas para começar, e continuar, o ano com a cabeça e o coração mais leves.

1. Seja otimista

Pode até parecer simplista ou clichê, mas cultivar o sentimento de otimismo, antes do início do ano letivo, realmente acreditando (ou querendo acreditar) que o novo período será melhor do que o anterior, faz diferença. Desta forma, deixando que esta energia esteja presente, pode-se até encarar certas adversidades com mais leveza.

2. Evite cobranças exageradas

Quem já não ouviu alguém relatar sentimentos de angústia ao ouvir a música do Fantástico no domingo à noite?

É um sintoma da total falta de vontade de voltar à rotina semanal. Para muitos, o retorno às aulas pode despertar o mesmo tipo de sensação. Importante, então, lembrar: claro que é normal a preocupação com o que está por vir, mas a própria organização ajuda o professor a se sentir mais preparado, confiante e, consequentemente, menos ansioso.

3. Procure se despir de preconceitos

Geralmente, é nas reuniões da semana pedagógica que o/a docente se prepara para o contato com os alunos, a partir de informações obtidas sobre ele. É preciso, entretanto, que esses primeiros dados não despertem nele o pré-julgamento. Para isso, o professor precisa considerar o tempo suficiente para observar, individualmente, a etapa de alfabetização, nível de proficiência e características pessoais dos alunos.

Passo a passo das boas-vindas

Palavras como planejamento e organização combinam perfeitamente com outra chamada “Fluxograma”.

Registrar um passo a passo de todas as etapas, a serem trilhadas durante o período anterior ao início das aulas e a partir do primeiro dia, ajuda a visualizar melhor todo o contexto envolvido neste novo começo.

1. Recepção das famílias

Antes mesmo do início das aulas, a instituição de ensino precisa estar aberta para recepcionar a família do aluno para que todos conheçam adequadamente o espaço e tirem possíveis dúvidas.

Nas crianças, desperta também a expectativa de frequentar a nova sala de aula, bem como os demais equipamentos existentes.

Na entrada do primeiro dia de aula, é importante que o diretor e o coordenador estejam presentes para ajudar os alunos, principalmente os novatos.

2. Alunos integrados

Novos e antigos, todos “juntos e misturados”. Pode-se propor que os estudantes mais antigos fiquem responsáveis por uma visita guiada com os novatos.

Pode-se estimular ainda, desde o início, a formação de grupos de diferentes séries reunidos por áreas de interesse como artes, esportes, jardinagem, eletrônicos etc. 

Outra maneira de integrar os diferentes grupos e faixas etárias é promover uma conversa entre os alunos de determinada série e os que estiveram naquela classe no ano anterior.

Gostou de saber mais sobre como planejar e organizar a volta às aulas? Então, confira nosso conteúdo sobre a prática de ensino de Produção de Textos por Habilidades em Língua Portuguesa!

Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.