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Outubro Rosa: Autoconhecimento é a chave da saúde

26 de outubro de 2022
E-docente

O Outubro Rosa é um movimento mundial de conscientização sobre o câncer de mama, e os professores desempenham um papel crucial na disseminação dessas informações dentro das escolas. Como educadores, têm a oportunidade de não apenas informar os alunos, mas também a comunidade escolar como um todo, criando uma cultura de prevenção e apoio.

Em tempos de Outubro Rosa, lembramos que as palavras são uma das principais e mais importantes ferramentas da comunicação humana.

Costuma-se dizer até que, muitas vezes, podem impactar mais do que gestos ou agressões físicas. Que elas exercem poder sobre nossas emoções, ânimos e atitudes, portanto, é algo incontestável. 

Daí o motivo pelo qual, no passado (e para muitos ainda hoje), o simples fato de verbalizar alguns termos era cercado de tabus. Quem, por exemplo, nunca ouviu alguém dizer “CA” ou “aquela doença” para se referir ao câncer? 

O que as pessoas vêm descobrindo, entretanto, é que a verdadeira arma para impedir a proliferação de certos males é a informação. Debater, discutir a respeito e compartilhar formas de prevenção é o que impede a disseminação. 

Prova disso é o sucesso da campanha Outubro Rosa, celebrada anualmente desde os anos 90, com a participação do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a partir de 2010.

Quer saber mais sobre o Outubro Rosa?
Então, confira o conteúdo que preparamos para você!

Outubro Rosa

O que é o Outubro Rosa?

O Outubro Rosa é uma campanha mundial criada nos anos 1990 com o objetivo de promover a conscientização sobre o câncer de mama, uma das principais causas de morte entre mulheres. Durante o mês de outubro, diversas atividades e eventos são realizados para educar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e dos exames preventivos, como a mamografia.

A cor rosa foi escolhida para simbolizar a luta contra o câncer de mama, e as iniciativas visam não apenas informar, mas também engajar a sociedade em ações de apoio às mulheres que enfrentam essa doença. O movimento se tornou tão significativo que atualmente é celebrado em muitos países, envolvendo desde grandes corporações até pequenas comunidades.

Leia mais: Como integrar o debate sobre a vacinação no currículo escolar?

Visando compartilhar informações sobre o Câncer de Mama, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento e contribuir para a redução da mortalidade, a campanha possui, atualmente, amplo alcance nacional.

E faz com que, a cada outubro, empresas e instituições dos mais diversos segmentos mudem para tons de rosa a cor das suas logomarcas.

Por meio de eventos técnicos, debates, apresentações, matérias e reportagens, costuma ser mote para a mídia durante todo o mês, sendo tema de diversos encontros físicos ou virtuais. 

Por isso, apresentamos, abaixo, mais informações para que todos os (as) docentes invistam ainda mais no autocuidado.

Câncer de mama: o que é?

Assim como os demais tipos de cânceres, trata-se do resultado da multiplicação anormal de células que formam um tumor com potencial de invasão a outros órgãos. 

A velocidade com que se alastra é variável: alguns mais rápidos, outros de forma mais lenta. Quando diagnosticado no seu início, costuma apresentar boa resposta aos tratamentos disponíveis: um a cada três casos tem possibilidade de cura. 

Um indício de como o diagnóstico precoce, por meio de autoexames periódicos ou laboratoriais constantes, pode representar o contrário de uma sentença de morte.

A Importância da Prevenção

A prevenção é uma das principais mensagens do Outubro Rosa. Informar sobre os fatores de risco do câncer de mama, como a idade, o histórico familiar e os hábitos de vida, pode salvar vidas. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

Fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce

O câncer de mama pode afetar qualquer mulher, independentemente da idade, mas alguns fatores aumentam o risco, como o histórico familiar e o uso prolongado de hormônios. Através de palestras e aulas, os professores podem ensinar a importância da mamografia regular e do autoexame.

Como informar e sensibilizar a comunidade escolar

A escola é um ambiente privilegiado para difundir informações de maneira acessível e confiável. Ao falar sobre o câncer de mama em sala de aula, o professor não só sensibiliza os estudantes, mas também dissemina essas informações para suas famílias. Um professor pode se tornar um canal vital para a conscientização.

Incidência do Câncer de Mama

É o segundo mais incidente no Brasil, atrás apenas do câncer de pele. É, entretanto, o que mais causa mortes em mulheres. Em 2022, por exemplo, já foram estimados 66.280 casos novos. 

Há dois anos, em 2020, a doença ocasionou 17.825 mortes. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores delas nos países desenvolvidos. 

É importante entender que embora seja algo raro (apenas 1% dos casos), também pode haver incidência em pessoas do sexo masculino.

A importância da conscientização sobre o câncer de mama

Conscientizar sobre o câncer de mama é vital, pois o diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura. Durante o Outubro Rosa, é comum ver monumentos e espaços públicos iluminados com a cor rosa, uma forma simbólica de lembrar às mulheres da necessidade de cuidar de sua saúde. No entanto, a conscientização vai além do símbolo: envolve educação, empatia e ação prática.

Como fazer o autoexame e periodicidade de consultas

Alguns tipos de câncer são, sim, mais devastadores e não deixam margem de tempo para um tratamento eficaz. Não é o caso, em linhas gerais, do de mama, que costuma apresentar sinais e sintomas em suas fases iniciais. 

Leia mais: Educação inclusiva e multiculturalismo

Sendo assim, detectado precocemente, costuma apresentar melhores resultados no tratamento. Para descobrir estes indícios, a primeira instrução é ter autoconhecimento do próprio corpo. 

É preciso observar, sentir e perceber as características das mamas e entender que, por exemplo, elas podem ser diferentes entre si, seja em tamanho ou formato. 

Conhecendo-as melhor, fica mais fácil diferenciar entre variações naturais e alterações suspeitas. No caso destas últimas, é imprescindível procurar assistência médica.

Consultório médico e exames

Pela observação e toque das mamas, o médico pode verificar melhor estas mudanças suspeitas.

Alguns exames, entretanto, precisam ser realizados com frequência rotineira (a cada dois anos), mesmo que não haja alterações perceptíveis, para mulheres de 50 a 69. 

Leia mais: Como trabalhar vida saudável na escola: olhar sobre corpo e mente!

Um deles é a mamografia (de rastreamento), radiografia que pode identificar o câncer antes que os sintomas apareçam. Em casos de doença na família ou alterações anormais, podem ser realizadas antes dos 50 anos, desde que com indicação médica. 

A confirmação do resultado acontece por meio do exame histopatológico (biópsia), que analisa uma pequena parte retirada da lesão.

A mamografia de rastreamento não costuma ser realizada (sem indicativos para tal) em pessoas com menos de 50 anos. Isto porque, antes disso, as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita o exame e gera resultados incorretos. 

Quando a paciente possui mais de 70 anos, é maior o risco de o exame revelar um tipo de câncer que não causaria danos à mulher.

Sinais e sintomas

Embora os exames rotineiros sejam imprescindíveis, eles acontecem com algum intervalo de tempo. A inspeção das mamas, portanto, deve ser uma atividade rotineira.

Por isso, é preciso que as mulheres estejam atentas a alguns sinais, tais como:

Causas

É possível estabelecer uma causa para o câncer de mama? Assim como várias outras doenças ou tipos de câncer, não. 

Diversos fatores, entretanto, estão relacionados ao problema, incluindo a idade: já se sabe que pessoas na faixa etária superior aos 50 anos possuem maior propensão ao seu desenvolvimento.

Algumas ocupações, atividades econômicas e exposição a agentes cancerígenos, por sua vez, também influenciam: neste sentido, técnicos em radiologia, agricultores (sujeitos à utilização de determinados produtos químicos) estão mais vulneráveis. Situações em que a eliminação destes agentes nos processos de trabalho pode evitar até 5,13% dos casos.

Fatores de risco

Antes de listarmos alguns destes fatores, vale destacar que a presença de um ou mais deles não significa, necessariamente, a presença do câncer. O diagnóstico é realizado apenas pelo profissional habilitado – o ginecologista – a partir do resultado de exames específicos. 

É importante, entretanto, deter atenção sobre hábitos, comportamentos e fatores que podem contribuir para o surgimento do quadro.

Comportamentais/ambientais

  • Obesidade e sobrepeso após a menopausa.
  • Sedentarismo (não fazer exercícios).
  • Consumo de bebida alcoólica.
  • Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia).
  • História reprodutiva/hormonais.
  • Primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos.
  • Não ter tido filhos.
  • Primeira gravidez após os 30 anos.
  • Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos.
  • Ter feito uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) por tempo prolongado.
  • Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos.

Hereditários/genéticos

História familiar de:

  • Câncer de ovário. 
  • Câncer de mama em homens.
  • Câncer de mama em mãe, irmã ou filha, principalmente antes dos 50 anos.

A mulher que possui alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2, têm maior risco de câncer de mama. Salientando que apenas 5 a 10 % dos casos da doença estão relacionados a esses fatores.

Terapia de Reposição Hormonal (TRH)

Trata-se do uso de hormônios para aliviar os sintomas relacionados à menopausa. 

Pode aumentar o risco de câncer de mama, notadamente quando combinada por estrogênio e progesterona, os dois principais hormônios sexuais femininos. Risco que diminui, progressivamente, após a suspensão da TRH.

(Fonte: Instituto Nacional do Câncer – Inca – Ministério da Saúde)

O Papel do Professor no Outubro Rosa

Os professores têm um papel estratégico na promoção da conscientização do Outubro Rosa. Dentro das escolas, podem atuar como agentes de transformação, utilizando sua posição para compartilhar informações importantes não só com os alunos, mas também com colegas de trabalho, pais e a comunidade.

Como os professores podem ser agentes de conscientização

Um professor bem informado pode influenciar positivamente a comunidade escolar ao promover palestras, distribuir materiais informativos ou incluir o tema em suas aulas. Além disso, podem criar oportunidades para que os estudantes se engajem em campanhas de conscientização, como a organização de feiras de saúde ou apresentações sobre o câncer de mama.

Exemplos práticos de ações educativas nas escolas

Algumas ações que os professores podem implementar incluem a criação de murais informativos sobre o Outubro Rosa, organizar rodas de conversa com especialistas em saúde e estimular os alunos a criarem projetos de pesquisa ou arte sobre a prevenção do câncer de mama. Essas iniciativas ajudam a quebrar o tabu e promovem o diálogo sobre o autocuidado.

Educação e Câncer de Mama

A educação tem um papel central na prevenção de muitas doenças, incluindo o câncer de mama. Ao incorporar esse tema ao currículo, os professores podem ajudar a formar uma geração mais consciente sobre a importância dos cuidados com a saúde.

A educação como ferramenta de prevenção

Ao falar sobre saúde e prevenção do câncer de mama nas aulas de ciências ou biologia, por exemplo, os professores podem desmistificar a doença, explicando como ela ocorre e quais são as opções de tratamento. Isso ajuda a combater o medo e o estigma.

Como incorporar a temática do câncer de mama no currículo escolar

Dependendo da faixa etária dos alunos, o professor pode adaptar o conteúdo, incluindo tópicos relacionados à saúde da mulher, os cuidados preventivos e a importância de hábitos de vida saudáveis. Os alunos podem também ser incentivados a desenvolver projetos interdisciplinares sobre o tema.

Atividades Pedagógicas para o Outubro Rosa

Desenvolver atividades práticas e envolventes é uma excelente maneira de trazer o Outubro Rosa para dentro das escolas. Essas atividades podem variar de simples ações de conscientização até projetos mais elaborados.

Sugestões de atividades e projetos educativos para o mês de outubro

Atividades como oficinas de cartazes, peças teatrais sobre o tema e a organização de debates com profissionais de saúde podem ser extremamente enriquecedoras. Os professores também podem criar dinâmicas de grupo em que os alunos pesquisem e apresentem trabalhos sobre o câncer de mama.

Materiais de apoio e recursos didáticos para professores

Muitos recursos estão disponíveis para apoiar os professores na criação de atividades relacionadas ao Outubro Rosa. ONGs, instituições de saúde e sites educativos frequentemente oferecem cartilhas, vídeos educativos e apresentações que podem ser utilizados em sala de aula.

Conclusão

Para que o Outubro Rosa não seja apenas uma campanha temática, mas uma rotina presente no autocuidado e cuidar das pessoas mais importantes da vida, trabalhe com suas colegas sobre a importância do exame preventivo.

Além disso, as redes de apoio e discussão sobre as dificuldades e os desafios para a saúde das mulheres podem ajudar nesse processo de conscientização.

Gostou de saber mais sobre o Outubro Rosa? Então, confira nosso conteúdo sobre como elaborar atividades complementares para o Ensino Fundamental!

Minibiografia do autor

Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.

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