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Como experimentos científicos contribuem para a formação integral?

7 de junho de 2023
E-docente

No mundo contemporâneo, o acesso à informação mudou não só a nossa forma de pensar e agir, mas também, em muitos casos, a de trabalhar.

A velocidade e o volume de informações evoluem de uma maneira nunca pensada ou vista antes. Mas essa quantidade de informações nem sempre reflete a qualidade e a autenticidade desses dados.

Muitas vezes, endossa e reforça alguns mitos criados pelo “senso comum”.

Um exemplo é a crença popular em mitos relacionados à causa ou à prevenção de doenças, como o de que ingerir água gelada pode agravar um quadro de dor de garganta ou de que a exposição ao frio possa causar gripe.

Em ambos os exemplos, a relação simples de causa e efeito parece ser óbvia, no entanto, os fatores que determinam a causa ou o agravamento de doenças como as mencionadas podem ter origens diversas e que, muitas vezes, contrariam o senso comum, como a recomendação médica de ingestão de alimentos gelados para a cicatrização de uma cirurgia na boca ou na garganta, por exemplo.

Essa é a diferença básica entre o “senso comum”, que se baseia geralmente em observações superficiais de causa e efeito apenas, e o conhecimento científico, que se fundamenta em experimentos realizados em condições controladas e com capacidade de repetição e de análise e interpretação dos dados gerados por essas experiências de forma sistemática.

Quer saber mais sobre como experimentos científicos contribuem para a formação integral? Então, confira o conteúdo exclusivo sobre o tema!

Experimentos na escola

Qual a diferença entre senso comum e conhecimento científico?

Aprofundando um pouco mais a questão, o senso comum se baseia na observação do dia a dia, ou mesmo em algum tipo de conhecimento popular, advindo de crenças, de experiências pessoais, dentre outras “fontes”, para fornecer orientação de práticas ou soluções rápidas para problemas comuns, adquiridos muitas vezes, por um grupo de pessoas e passados de geração para geração.

Em geral, esse tipo de conhecimento não se baseia em evidências claras, precisão ou repetibilidade de resultados para validar essas informações, as quais são simplesmente aceitas sem maiores questionamentos.

Já o conhecimento científico é obtido através de um método que precisa ser rigoroso e sistemático, baseado em um processo que tem como etapas principais:

  1. a observação do fenômeno, 
  2. o levantamento de hipóteses, 
  3. a experimentação das hipóteses levantadas, 
  4. a coleta de dados 
  5. e a análise crítica. 


Tal processo permite a verificação da consistência da hipótese como um todo, pois assim se torna possível que diferentes áreas da ciência “conversem” e se integrem para gerar esse conhecimento.

Dentre as etapas apresentadas, a experimentação tem um papel fundamental, em especial nas ciências como a Química, a Física e a Biologia.

Nessas áreas, se faz necessário criar não só uma relação de causa e efeito, mas também possibilitar a constante verificação e revisão dos resultados e, eventualmente, a atualização do conhecimento em função do surgimento de dados novos gerados nas experiências.

É possível propor o método científico como recurso didático nos Anos Finais do Ensino Fundamental?

A BNCC propõe que a Educação Integral seja um princípio orientador, propiciando a formação dos “indivíduos” para que sejam autônomos, críticos e responsáveis não só consigo, mas também com a sociedade em que estão inseridos e com o mundo.

Isso deve acontecer de forma que sejam respeitadas as singularidades envolvidas no processo educativo de forma contextualizada.

Quando é oferecida, a um grupo de estudantes, a possibilidade de participar de um experimento científico, lhes é oferecida não apenas a informação de forma contextualizada, mas a oportunidade de interação com:

  • múltiplas linguagens e recursos diversos; 
  • de acesso a espaços externos ao ambiente da sala de aula; 
  • de valorização do seu conhecimento prévio.

Essa riqueza de experiências permite aos estudantes partir do senso comum para a construção do conhecimento científico de forma crítica e ativa.

Essa abordagem permite que os estudantes não se conformam apenas em aceitar um fato como lhes é apresentado, sem analisar ou mesmo questionar se existe um contraponto a essa informação.

Isso não os torna “desconfiados” sobre tudo e sim analíticos quanto aos métodos e à origem dos dados.

O livro didático traz propostas com experimentos científicos?

Hoje, os livros didáticos vão muito além de apresentar conceitos e fatos pertinentes a uma ou outra área do conhecimento.

Eles buscam mobilizar esses conhecimentos e atitudes e associá-los à vida dos estudantes, colocando-os como protagonistas desse processo de aprendizagem, aproximando o objeto de ensino estudado do mundo que os cerca, por meio de uma linguagem didática e acessível.

Um bom exemplo de material didático que contempla atividades práticas que instigam os experimentos científicos são as obras didáticas voltadas para o componente curricular das Ciências.

Teláris Essencial Ciências


A obra Teláris Essencial Ciências da editora Ática para os Anos Finais do Ensino Fundamental, de autoria de Fernando Gewandsznajder e Helena Pacca, traz uma proposta com procedimentos científicos que desenvolvem, na prática, as capacidades de pesquisa e de experimentação que são típicas das ciências. 

A seção apontada, “Na Prática”, traz a construção de um terrário. Através dessa proposta, estabelece os objetivos e procedimentos que promovem a discussão de temas ligados à Ecologia.

E para expandir as possibilidades, na seção “Eu e o mundo”, é feito o link entre o experimento e a construção do conhecimento científico por meio de alguns questionamentos.


A seção acima propõe aos estudantes a observação das mudanças de fases e, a partir disso, que registrem as alterações ocorridas durante a ocorrência desse fenômeno. Para que seja a fim de que analisem e compreendam o objeto de estudo do experimento.

Na seção “Eu e o Mundo”, explora-se a relação entre os fenômenos astronômicos e os sentimentos humanos, além da influência desse satélite na ocorrência de outros fenômenos naturais.

#Sou+Ciências

A obra # Sou + Ciências, da editora Scipione para os anos finais do Ensino Fundamental, de autoria de Alysson Ramos Artuso, Angela Cristina Raimondi, Luciane Lazzarini e Vilmarise Bobato, tem o objetivo de contribuir para a retomada e a ampliação da construção do conhecimento, baseada na alfabetização científica e no desenvolvimento de competências e habilidades.

O experimento proposto na seção #Experimentar, exposta acima, tem como objetivo colocar em prática o conceito de máquinas simples, trabalhado ao longo da unidade. De forma que seja possível validar e tornar visível o uso e os efeitos do sistema de “roda e eixo”, que é a máquina simples utilizada

No exemplo apresentado nessa obra, os estudantes conseguem validar o postulado de Bohr, o qual demonstra que, ao expor a substância a uma chama, a cor obtida ajuda a identificá-la.

É um procedimento muito utilizado em laboratórios, o que aproxima a prática à vivência cotidiana nesses espaços.

Experimentos Científicos na Educação Integral

O fato de poder oferecer ao estudante a oportunidade de pôr a “mão na massa” de uma maneira intensa, com propósito e orientada ao método científico ajuda na construção do pensamento crítico.

Esse benefício se estende não só às ciências, mas a todas as áreas de conhecimento, contribuindo assim com todos os componentes curriculares.

A abordagem corrobora, portanto, com o princípio orientador da “Educação Integral”, como citado no início do artigo, formando um indivíduo de forma completa.

Quer saber mais?

Para saber mais e se aprofundar sobre o conhecimento científico, sugerimos:

1. Artigo da ABC (Associação Brasileira de Ciências) sobre a importância da ciência para o desenvolvimento da sociedade.

2. Vídeo do Canal “Nerdologia” : Por que é melhor estar menos errado e não mais certo? O material traz uma reflexão sobre a base do pensamento científico.

Gostou de saber sobre como experimentos científicos contribuem para a formação integral? Então, confira nosso conteúdo sobre a progressão da língua materna para a língua estrangeira!

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