Dia da Escola: a importância para alunos e professores
Em um mundo, vasto mundo, ainda que cada vez mais globalizado, as culturas e instituições podem ser as mais diversas. Cada povo tem seu modo de enxergar o universo, adaptar-se a ele e nele conviver.
Alguns hábitos e costumes, entretanto, têm lugar nos mais diversos pontos do planeta: Ocidente, Oriente, Norte ou Sul. Um deles é o de, desde a primeira infância, os pais levarem seus filhos à escola.
Um indicativo da importância global desta instituição e do seu papel no que concerne ao desenvolvimento e à emancipação do indivíduo além de instrumento de vinculação socioemocional entre ele e a comunidade que o cerca.
Visando comemorar essa verdadeira entidade tão onipresente ao redor do mundo, no dia 15 de março, o Brasil comemora o Dia da Escola.
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A importância do Dia da Escola
Enquanto instituição estabelecida com o propósito de compartilhar ensinamentos, a escola consolidou-se desde a Antiguidade, em civilizações como a chinesa e a grega. Era bem diferente, entretanto, de como a conhecemos hoje.
Tanto que a palavra deriva da expressão grega scholé, “tempo do ócio ou de lazer”.
Isso porque, nesta época, esses locais não eram propriamente destinados ao desenvolvimento das competências trabalhadas atualmente.
Na Grécia, por exemplo, o objetivo era formar futuros governantes para que eles pudessem ocupar os cargos mais altos que existiam na civilização.
De acordo com a tradição greco-romana, não havia valorização da formação profissional e dos trabalhos manuais. Um aspecto que evidencia isso é o fato de, dentre as disciplinas, constarem apenas política, artes, aritmética e filosofia.
Na Idade Média, por sua vez, o conhecimento ficou restrito aos mosteiros, com os religiosos sendo os únicos responsáveis pela produção dos saberes.
Uma educação elitizada e sem distinção entre crianças e adultos. Apenas com o desenvolvimento do comércio e o surgimento da burguesia é que sobreveio a necessidade de as pessoas aprenderem a ler, escrever e contar. Era o ensino prático voltado aos interesses da classe emergente.
A educação pública estatal, sem o interesse de atender aos filhos da classe trabalhadora, só se iniciaria no século XX, na Alemanha e na França. No Brasil, apenas ao final do séc. XIX quando teve início o processo de industrialização do país.
A Escola no Brasil
Em termos legais no Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), em dois artigos, destaca a oferta do ensino em tempo integral de forma progressiva.
Já o Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014) estabelece que, neste período, 50% das escolas e 25% dos estudantes deverão contar com sete horas diárias de aprendizagem.
A Educação Básica brasileira níveis é estruturada por três etapas que compreendem a Educação Infantil (de 0 a 5 anos), Ensino Fundamental (6 a 14 anos) e Ensino Médio (15 a 17 anos).
Há, ainda, uma outra modalidade de ensino cujo propósito é garantir acesso à educação às pessoas que, por razões diversas, não puderam estudar conforme as faixas etárias de referência para as três referidas etapas.
Trata-se da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que visa corrigir este déficit educacional e garantir, a esta fatia populacional, oportunidades de inclusão educacional e social.
A história da escola brasileira
Costuma-se considerar que a introdução desta instituição no Brasil se deu por meio dos portugueses, a partir da década de 1540, com a catequização dos índios pelos jesuítas.
Na época, os conteúdos eram basicamente conhecimentos da cultura europeia com a finalidade de “aculturar” nossos primeiros habitantes.
O “bom e velho” princípio etnocêntrico dos nossos colonizadores que, tal qual Narcisos, consideravam “não civilizado” tudo o que não era espelho.
Essa função de “educar” mudou de contexto quando foi retirada das mãos dos jesuítas com a gestão de Marquês de Pombal, secretário de Estado de Portugal.
No Brasil colonial, entretanto, ainda era algo restrito, destinado a alguns filhos de colonos e a índios aldeados.
Depois que o Brasil conquistou sua independência, a primeira iniciativa de organizar a educação brasileira se deu no reinado de D. Pedro I. Apenas no século XX, teve início o ideal de uma escola pública, leiga, gratuita e obrigatória devido à vertiginosa industrialização advinda das consequências da Revolução Industrial no país.
O papel da escola
Por mais que haja, com alto grau de eficácia, outros métodos e modos de aprendizagem como o homeschooling (dentro das situações para as quais se aplica, uma vez que a educação domiciliar não é legalizada no Brasil), o ensino escolar ainda é, de acordo com muitos estudiosos, o único que permite o desenvolvimento de determinadas habilidades e competências, tais como ampliação de conhecimento de mundo e socialização.
Especificamente na infância, a interação social entre as crianças é indispensável para a construção de aprendizagens significativas no ambiente escolar.
De acordo com Lev Vygotsky, teórico sociointeracionista, “a interação social é a origem e o motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual”.
É neste espaço que os indivíduos constroem suas relações sociais, considerando a diversidade entre as pessoas, uma vez que entram em contato com diferentes personalidades, origens, culturas e trajetórias.
Do ponto de vista mais óbvio, a escola coloca o indivíduo em contato com diferentes áreas do conhecimento, trabalhando sua capacidade de raciocínio lógico, de interpretação textual e de desenvolvimento do pensamento crítico, o que interfere direta e positivamente na formação social e intelectual das pessoas.
Desafios da escola no Brasil
Por mais que tenha havido momentos de avanço no sistema educacional brasileiro ao longo dos anos, ele ainda é insuficiente, em muitos pontos, sobretudo no âmbito das escolas públicas espalhadas por todo o país.
Há uma nítida desvalorização e uma sobrecarga dos professores brasileiros, com salário incompatível com a importância da função que exercem.
Além disso, muitas instituições de ensino ainda sofrem com o problema da preservação da sua estrutura e mobiliário e algumas não têm sequer os materiais mais básicos para garantir um ensino de qualidade aos seus alunos.
Fatores que, somados, contribuem para os persistentes baixos índices de aprendizado e os altos índices de evasão dos alunos brasileiros.
A pandemia da COVID e a repercussão nas escolas
Com o fechamento das escolas no início da pandemia causada pela Covid-19, em 2020, e a obrigatoriedade das aulas virtuais, ficou ainda mais evidente a importância da escola na vida de toda a comunidade.
Com os altos e baixos do sistema híbrido de ensino e, por fim, com o retorno presencial, o que estava em evidência ficou ainda mais notório.
O fechamento das escolas, o distanciamento físico dos colegas e a necessidade de uma adaptação a um novo método de aprendizado trouxeram consequências.
“Trata-se de um espaço extremamente enriquecedor. Quem é filho único, por exemplo, aprende a compartilhar, dividir, escutar o outro, ter seu momento de fala”, exemplifica a psicóloga clínica e escolar, Aracelly Julieta.
Recomposição escolar
Uma das consequências dos anos em que os estudantes estiveram total ou parcialmente afastados das escolas foi a necessidade da remediação/recomposição escolar.
Trata-se de uma iniciativa de aprofundamento do conteúdo, rotineiro (em aulas particulares ou em grupo) para estudantes que estejam com dificuldade para desenvolver as habilidades e apreender os objetos de conhecimento ministrados em sala de aula.
É um conceito novo, em vigência, estritamente ligado às consequências da pandemia visando acelerar o processo de ensino e aprendizagem, considerando os diferentes níveis de apreensão dos indivíduos.
Sugestões para trabalhar o Dia da Escola
A maneira de relembrar e comemorar esta data depende muito das características próprias de cada instituição de ensino. Seguem, entretanto, algumas sugestões:
Gostou de saber mais sobre a importância do Dia da Escola? Então, confira nosso conteúdo sobre o acolhimento escolar!
Patrícia Monteiro de Santana é jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Com atuações em veículos como TV Globo, Revista Veja e Diário de Pernambuco, além de atuante em assessoria de comunicação empresarial, cultural e política.