Aulas criativas: como motivar os estudantes de hoje?
É preciso muita criatividade para captar a atenção dos alunos a partir de aulas criativas. Os estudantes do século XXI são o que chamamos de nativos digitais: nascem e crescem já totalmente inseridos em um mundo totalmente tecnológico, convivendo todos os momentos com internet, redes sociais e aplicativos. As crianças usam a tecnologia, hoje, em parte fundamental do seu desenvolvimento cognitivo.
Dessa forma, não é mentira dizer que as aulas acabam “competindo” com a tecnologia pela atenção do aluno, o que é desafiador para o professor. Afinal, como sair ganhando nessa disputa? Como as aulas devem ser inovadas e pensadas, considerando esse contexto, para conseguirem engajar os alunos dessa geração?
As escolas, por sua vez, também têm cobrado de seus docentes a inovação pedagógica, por meio da renovação de metodologias e da inserção de tecnologia no cotidiano escolar.
Neste artigo, confira dicas de fácil implementação para realizar aulas mais criativas e dinâmicas, que podem ajudar a engajar os alunos de todos os segmentos com mais eficácia.
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Aulas criativas: sugestões de atividades para o desenvolvimento dos alunos
Coloque os alunos como co-autores
Por que não inverter os papéis? Colocar os alunos para serem autores da aula, ao invés de espectadores, vai exigir um engajamento maior e ainda dar a eles a oportunidade de entenderem como é o processo de criação de um plano de aula.
Para isso, eles terão que se aprofundar na matéria e articular meios de manter os próprios colegas interessados.
Para facilitar essa tarefa, o professor pode dividir a turma em grupos e permitir que cada um escolha o tema. Essa é uma excelente oportunidade de fazê-los treinar as próprias habilidades de apresentação e síntese.
Mas é importante também fazer com que toda a classe entenda que esse é um ambiente seguro, para tranquilizar os mais tímidos.
Introduza novas metodologias de aulas criativas
Apostar em novas metodologias é sempre um dos melhores caminhos para aulas mais criativas. Entre essas metodologias, está o que se chama de sala de aula invertida. Nesse método, o aluno estuda o tema antes da aula, absorvendo as ideias principais, e faz exercícios, debates e atividades de consolidação na sala de aula, invertendo a ordem tradicional.
Outra possibilidade é o ensino híbrido, um aprendizado mesclado entre atividades virtuais e a sala de aula tradicional.
O uso da tecnologia é fundamental nessa metodologia, que dá mais autonomia para o aluno. Um tipo mais clássico de uso do ensino híbrido é o modelo de rotações. Nele, o professor divide a sala em estações, em que cada uma apresenta uma atividade diferente, que juntas são complementares entre si.
Por exemplo: na estação 1, o aluno assiste um vídeo sobre o tema; na estação 2, deve resolver um quebra-cabeça guiado por conhecimentos que tem sobre o tema; na estação 3, deve redigir um texto para uma pergunta, etc.
Proponha jogos educativos
As crianças e os adolescentes veem nos jogos um forte apelo: é divertido, oferece recompensas, permite diagnosticar habilidades… Sendo assim, uma das formas mais criativas e engajadoras para a sala de aula é propor jogos educativos.
O professor pode montar alguns quizzes, jogos de pergunta e resposta que deem algum tipo de recompensa para os que mais pontuam.
Nessa categoria, estão também jogos de tabuleiro, de lógica, entre outros. No caso, não só habilidades puramente cognitivas podem ser aprimoradas, mas também habilidades matemáticas, de percepção de espaço, etc.
Realize atividades fora da sala de aula
A sala de aula por si só já remete a uma estrutura tradicional de aula. Mesmo adotando métodos diferentes, por vezes a melhor solução é simplesmente sair da sala de aula.
Isso pode ser feito tanto com uma aula dada no jardim da escola, no pátio (se possível), ou outro ambiente diferente, quanto com uma aula-excursão em algum lugar.
O professor pode levar os alunos para o parque, para estudar fauna e flora locais; pode levá-los ao museu, para as aulas de história; pode levá-los a peças de teatro, cinemas e apresentações artísticas para as aulas de linguagens. As possibilidades de uso dos espaços externos para o aprendizado são inúmeras.
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Comece a aula criativa de forma diferente
Para engajar os alunos logo no início da aula, prepare alguma atividade diferente. Estruture o gancho inicial da aula para ser um vídeo, uma música, um jogo, algum tipo de debate. Qualquer coisa vale, desde que tenha um propósito pedagógico claro e saia um pouco do tradicional.
Uma opção é realizar pequenas atividades de aquecimento que ajudem a levantar o humor da turma. Você pode refletir com base no comportamento dos estudantes qual opção vai ser a mais frutífera.
Altere a disposição das mesas e carteiras
A estrutura padrão de mesas e cadeiras enfileiradas diante do professor ainda representa uma sala de aula tradicional, que muitas vezes remete a uma rigidez que não combina muito com aulas diferentes, abertas e criativas.
Uma solução para isso é alterar a disposição das carteiras: você pode colocá-las em círculo, postando-se no mesmo nível dos estudantes, aumentando a proximidade com os alunos e o nível de confiança.
Proponha desafios
Assim como nos jogos educativos, propor tarefas desafiadoras pode justamente tornar o aprendizado mais divertido. Não é necessário “inventar a roda” para isso. Tornar atividades cotidianas em desafios com algum tipo de premiação e ranking já serve de estímulo para o engajamento.
Esse é o princípio da gamificação, método que utiliza premissas de jogos e videogames no aprendizado. Adicionar recompensas, tarefas-desafio e quebra-cabeças a serem resolvidos compõem essa prática.
Utilize tecnologia e redes sociais
Ainda que muitos vejam as redes sociais e a internet como inimigas do aprendizado, elas são gatilhos de engajamento muito úteis. Utilizar essas ferramentas a seu favor pode ser uma solução muito simples para aulas mais criativas e inovadoras.
O professor pode criar projetos que envolvam criação de blogs, páginas em redes sociais, post de imagens, vídeos no YouTube. A plataforma pode tanto ser o meio para realização dessas atividades quanto fonte de estudo por si só.
Promova estudo de casos e experimentos
Fazer os alunos colocarem a mão na massa é importante não só para consolidar o aprendizado teórico, como também para animar as turmas. O professor pode promover pequenos experimentos e estudos de caso no laboratório, ou em ambientes livres da própria escola. Alguns dos desafios propostos em sala de aula podem ser investigados na prática pelos próprios estudantes com essa ideia.
Exiba filmes e áudio em sala
Além de vídeos engajadores, propor sessões de cinema em sala de aula é sempre uma boa ideia. Mas é importante saber escolher bem o conteúdo dos filmes e exibições: não adianta escolher uma obra extremamente conceituada mas pouco acessível para a idade dos alunos. É importante escolher um filme que tenha potencial de engajá-los ao mesmo tempo em que oferece valor pedagógico.
Outra opção é incentivar o debate de obras audiovisuais em sala de aula, ou até mesmo podcasts, programas em formato de programa de rádio que podem ser ouvidos de forma aberta na internet. O professor pode sugerir bons programas a que os alunos podem ouvir, aumentando seu repertório.
Promova debates
Especialmente nos últimos anos do Ensino Fundamental, propor debates simples em sala de aula é uma das melhores maneiras de incentivar a argumentação, a síntese de ideias e o posicionamento, pensando em uma formação ampla e integral. O professor pode usar os assuntos da aula para promover temas de debate que sejam interessantes e atuais.
Estimule o trabalho socioemocional
Além de passar os conteúdos determinados pelo currículo, o professor também deve aplicar o trabalho socioemocional nas aulas. Essa é uma exigência da BNCC e também um modo eficaz de dar um tom diferente às aulas.
O socioemocional pode ser tratado por meio de atividades de integração entre os alunos, estimulando a empatia e ensinando-os a reconhecer emoções. Promover um espaço de troca de experiências, debates respeitosos e atividades de apresentação que envolvem performance emocional, como teatro, por exemplo, são boas maneiras de adicionar o socioemocional ao aprendizado.
Todas as atividades propostas devem ter finalidade pedagógica clara. Não se trata de fazer aulas criativas apenas por fazer, mas sim para aprimorar e qualificar o aprendizado. Lembre-se de levar em conta um bom planejamento antes de aplicar essas atividades.
Conclusão
Criar aulas criativas e planejar uma experiência lúdica e engajadora de aprendizado deve estar sempre entre as prioridades dos professores. Hoje em dia, a escola é composta por alunos fortemente conectados com o mundo digital e sempre ansiosos por novidades.
Esse plano deve estar sempre alinhado com a melhor experiência de aprendizado possível para os alunos. É claro que nem sempre o professor terá tempo ou condições de preparar aulas sempre inovadoras e divertidas, mas essas recomendações podem certamente facilitar o trabalho. Afinal, vale tudo para estimular o prazer em estudar.
Estudar sobre as tendências educacionais representa um ótimo hábito para que os professores sejam criativos na elaboração de suas aulas. Confira nosso Caderno Pedagógico e se atualize, principalmente nas questões da BNCC. Leia-o gratuitamente.