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O uso de celular na escola: o que muda com a nova lei? 

12 de março de 2025
E-docente

O uso de celular na escola tem sido um tema que tem gerado diversos debates nos últimos anos, especialmente diante do avanço da tecnologia e da integração dos dispositivos móveis no cotidiano dos estudantes. Recentemente, uma nova lei foi aprovada para regulamentar o uso desses aparelhos nas instituições de ensino, trazendo mudanças significativas que impactam tanto a dinâmica das salas de aula quanto a vida dos alunos. Mas, afinal, o que muda com essa nova regra? Quais são os impactos na educação e no comportamento dos estudantes? 

As mudanças estabelecidas pela nova lei 

Como assevera o site do Ministério da Educação (MEC), a Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas, já está em vigor. Conforme o texto legal, a lei “dispõe sobre a utilização, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais nos estabelecimentos públicos e privados de ensino da educação básica”. A nova lei, portanto, estabelece diretrizes claras sobre o uso do celular na escola, com o objetivo de equilibrar a utilização desses dispositivos como ferramentas educacionais e evitar distrações que possam prejudicar o aprendizado. Entre as principais mudanças estão: 

  1. Restrição do uso em sala de aula: o uso de celulares durante as aulas será permitido apenas com a autorização expressa do professor e para fins pedagógicos, como pesquisas rápidas ou acesso a aplicativos educativos. Em outras situações distintas destas, os aparelhos deverão permanecer desligados ou no modo silencioso. 
  1. Ambiente de uso permitido: as escolas poderão definir áreas específicas, como pátios ou corredores, onde os estudantes poderão usar seus celulares livremente durante os intervalos. 
  1. Conscientização digital: a lei prevê a implementação de programas de conscientização sobre o uso responsável da tecnologia, incluindo temas como cyberbullying, privacidade online e saúde mental. 
  1. Penalidades para o descumprimento: os estudantes que descumprirem as regras poderão sofrer algumas penalidades, como advertências ou até a retenção temporária do aparelho, que será devolvido ao final do dia letivo. 

É imprescindível deixar claro que o uso de celulares é permitido, conforme o terceiro artigo da referida Lei, seja qual for a etapa de ensino, nos seguintes casos: 

  1. Garantir a acessibilidade; 
  1. Garantir a inclusão; 
  1. Atender às condições de saúde dos estudantes; 
  1. Garantir os direitos fundamentais. 

Impactos na Educação 

Com a adoção da nova lei, espera-se, potencialmente, que haja impactos positivos para o ambiente educacional. Ao limitar o uso indiscriminado de celulares em sala de aula, espera-se que os alunos se concentrem mais nas atividades propostas pelos professores, o que pode, inclusive, melhorar seus desempenhos, e interajam mais entre si, sem a mediação de aplicativos. Além disso, a integração controlada da tecnologia pode enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, permitindo o acesso a recursos digitais que complementam o conteúdo tradicional. 

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Por outro lado, a medida também pode gerar desafios. Muitos estudantes estão acostumados a utilizar seus celulares como ferramentas de organização e comunicação, e a restrição pode causar resistência inicial. Cabe às escolas e aos educadores encontrarem um equilíbrio que permita o uso benéfico da tecnologia sem comprometer a disciplina e o foco nas aulas. Vale salientar que é importante que também os docentes ponderem sobra os motivos pelos quais utilizam seus próprios aparelhos em sala, sobretudo se os fins não forem pedagógicos ou não estiverem atrelados a alguma dinâmica específica. Dessa forma, evitam-se argumentações baseadas em uma suposta incoerência. 

Impactos na vida dos estudantes 

Para os estudantes, a nova lei representa uma mudança significativa em seus hábitos diários. A redução do tempo de uso do celular, durante o período escolar, pode contribuir para uma maior interação social presencial, incentivando a convivência e o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Além disso, a conscientização sobre o uso responsável da tecnologia pode ajudar os jovens a lidarem melhor com os riscos associados ao mundo digital. 

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No entanto, é importante considerar que muitos alunos utilizam seus celulares para se comunicar com familiares ou para questões de segurança, como o transporte escolar. Nesse sentido, a lei deve ser aplicada com flexibilidade, garantindo que os estudantes não fiquem desconectados em situações necessárias. 

Sobre a implementação do uso de celular na escola 

No que diz respeito à implementação, é importante ressaltar que o MEC lançou dois guias (um voltado às redes de ensino e outro, às escolas) com algumas orientações, uma vez que está a cargo de cada instituição definir suas próprias estratégias. Neles, é possível conferir detalhamentos importantes sobre como engajar sua escola, como se valer de metodologias de conversa, ter acesso a materiais de referência, conhecer exemplos bem sucedidos de quem já restringiu o uso de celulares etc. 

Conclusão 

A nova lei sobre o uso de celular na escola representa um passo importante na adaptação das instituições de ensino à era digital. Ao estabelecer regras claras e incentivar o uso responsável da tecnologia, a medida busca equilibrar os benefícios educacionais dos dispositivos móveis com a necessidade de manter um ambiente de aprendizado produtivo e seguro. O sucesso dessa iniciativa dependerá da colaboração entre escolas, professores, alunos e famílias, garantindo que a tecnologia seja uma aliada, e não um obstáculo, no processo educativo. 

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