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A importância da leitura de mapas e infográficos

26 de novembro de 2024
E-docente
Infográficos e Mapas

Mapas e infográficos são recursos visuais que permitem a representação de informações geográficas, históricas, econômicas e sociais de forma concisa. No contexto educacional, sua utilização é fundamental para o desenvolvimento de competências e habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especialmente no que tange à interpretação e à análise crítica de dados. A leitura desses recursos visuais ajuda os alunos a compreenderem a distribuição espacial de fenômenos, identificarem padrões e tendências, e estabelecerem relações entre diferentes aspectos do conhecimento.

A BNCC enfatiza a importância da leitura e interpretação de dados visuais como parte das competências gerais a serem desenvolvidas na educação básica. No componente de Geografia, por exemplo, a habilidade de “interpretar mapas temáticos, físicos, políticos e econômicos” é destacada como essencial para a formação do aluno. A partir dessa orientação, os professores podem elaborar atividades que envolvam a análise de mapas históricos, climáticos, demográficos e econômicos, ajudando os alunos a visualizarem e compreender as interações entre o espaço geográfico e os processos sociais, econômicos e ambientais.

Do mesmo modo, os infográficos são recursos valiosos para a síntese e a apresentação de informações complexas de maneira visualmente atraente. Eles combinam elementos gráficos com textos e dados estatísticos, facilitando a compreensão de temas como crescimento populacional, fluxos migratórios, mudanças climáticas e dinâmicas econômicas. Ao trabalhar com infográficos, os alunos desenvolvem habilidades de leitura crítica, interpretação de dados e comunicação visual, conforme preconizado pela BNCC. Essas competências são essenciais para a formação de cidadãos capazes de navegar e interpretar a vasta quantidade de informações visuais presentes no mundo contemporâneo.

Ademais, a utilização de mapas e infográficos nas aulas de Ciências Humanas promove um aprendizado ativo e participativo. Os alunos são incentivados a explorar, questionar e construir conhecimento a partir da análise de dados visuais. Essa abordagem ativa estimula o pensamento crítico, a curiosidade e a capacidade de resolver problemas, habilidades que são valorizadas pela BNCC e que preparam os estudantes para enfrentar os desafios do século XXI.

Aplicabilidade em sala de aula

Para integrar efetivamente a leitura de mapas e infográficos nas aulas de Ciências Humanas, os professores podem utilizar diversas estratégias pedagógicas alinhadas às diretrizes da BNCC. Uma dessas estratégias é a análise de estudos de caso, que permite aos alunos aplicarem conceitos teóricos a situações reais, utilizando mapas e infográficos para contextualizar e ilustrar os fenômenos estudados. Por exemplo, ao abordar o tema das migrações internacionais, os professores podem utilizar mapas que representem os fluxos migratórios e infográficos que apresentem dados sobre as causas e consequências dessas migrações, facilitando a compreensão e discussão do tema.

A BNCC destaca a importância de trabalhar com temas transversais e interdisciplinares, o que pode ser facilitado pelo uso destas ferramentas. Em uma aula sobre globalização, por exemplo, os professores podem utilizar infográficos que mostrem a interconexão econômica, cultural e política entre diferentes regiões do mundo. Mapas de redes comerciais globais, fluxos de capital e rotas de transporte podem ser analisados pelos alunos para compreenderem como a globalização influencia as relações internacionais e a dinâmica econômica global. Essa abordagem interdisciplinar enriquece o aprendizado e ajuda os alunos a desenvolverem uma visão holística dos fenômenos estudados, expandindo sua compreensão sobre a relação intricada sobre passado, presente e futuro.

Outra estratégia é a realização de projetos colaborativos que envolvam a criação de mapas e infográficos pelos próprios alunos. Utilizando ferramentas digitais, softwares de design gráfico ou até mesmo cartolinas com informações feitas à mão, os estudantes podem coletar dados, analisar informações e criar representações visuais sobre temas relevantes, como a distribuição da população, a desigualdade socioeconômica ou os impactos ambientais. Essa atividade prática aprimora habilidades técnicas e criativas, ao mesmo tempo que fortalece o trabalho em equipe, estimula a pesquisa independente e aprimora a capacidade de comunicação eficaz.

Além disso, os professores podem utilizar recursos tecnológicos para potencializar o uso de mapas e infográficos em sala de aula. Plataformas interativas, aplicativos de georreferenciamento e softwares de criação de infográficos oferecem ferramentas poderosas para a visualização e análise de dados, quase todos disponíveis na palma de sua mão. Essas tecnologias permitem que os alunos explorem mapas digitais, criem suas próprias representações visuais e interajam com informações de maneira dinâmica e envolvente. A utilização dessas ferramentas está em consonância com a BNCC, que enfatiza o uso de tecnologias digitais na educação para promover a inovação e a contextualização do aprendizado.

Barreiras e abordagens

Integrar a leitura de mapas e infográficos ao ensino de Ciências Humanas apresenta desafios, mas também oferece inúmeras oportunidades de enriquecimento do processo educativo. Um dos desafios é a necessidade de formação continuada dos professores para o uso efetivo desses recursos. A BNCC enfatiza a importância da formação docente para a implementação de práticas pedagógicas inovadoras. Portanto, é fundamental que os educadores tenham acesso a cursos, workshops e materiais de apoio que os capacitem a utilizar mapas e infográficos de maneira eficaz em suas aulas.

Outro desafio é a disponibilidade de recursos tecnológicos e materiais didáticos adequados. Embora a tecnologia ofereça ferramentas poderosas para a criação e a análise de mapas e infográficos, nem todas as escolas públicas dispõem de infraestrutura adequada para o uso dessas tecnologias. Nesse sentido, é importante que políticas públicas e investimentos sejam direcionados para equipar as escolas com os recursos necessários e garantir o acesso igualitário às tecnologias educacionais.

O que diz a BNCC que se relaciona a este tema?

Competências Gerais da BNCC:

Competência 1: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar com a sociedade.

Competência 4: Utilizar diferentes linguagens — verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital — bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Geografia (Ensino Fundamental – Anos Finais):

EF06GE05: Interpretar mapas temáticos, físicos, políticos e econômicos, com base em diferentes escalas, compreendendo a distribuição espacial dos fenômenos geográficos.

EF07GE08: Analisar, com base em mapas, gráficos e tabelas, a distribuição da população mundial e suas características, relacionando-as com aspectos naturais, sociais, econômicos e culturais.

História (Ensino Fundamental – Anos Finais):

EF06HI14: Essa habilidade envolve o estudo das relações de poder na Antiguidade, incentivando os alunos a entenderem como diferentes sociedades e culturas se relacionavam em termos de dominação e resistência. Também busca promover a análise das expressões culturais e artísticas resultantes desses processos, ajudando os alunos a compreenderem a complexidade das interações sociais e políticas no passado.

EF07HI10: Essa habilidade incentiva os alunos a examinarem as mudanças significativas que marcaram a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Isso inclui a análise do Renascimento como um movimento cultural e artístico, as Reformas Religiosas que impactaram a estrutura religiosa e política da Europa, e as Expansões Marítimas que ampliaram as fronteiras geográficas e econômicas do mundo conhecido naquela época.

Ensino Médio:

EM13CHS103: Essa habilidade busca desenvolver a capacidade dos estudantes de compreenderem e analisarem como a cidadania, a democracia e os direitos humanos foram construídos historicamente. Envolve o reconhecimento das diversas lutas sociais e movimentos que têm lutado por esses valores ao longo do tempo, bem como a importância de continuar a defender e promover esses princípios na sociedade atual.

EM13CHS101: Essa habilidade foca na compreensão de como os espaços geográficos se transformam ao longo do tempo, levando em consideração a relação entre a sociedade e a natureza. Ela também envolve o estudo das interações que ocorrem em diferentes escalas – local, regional e global – e como essas interações influenciam as mudanças nos espaços geográficos. O objetivo é que os alunos desenvolvam uma visão crítica sobre as dinâmicas espaciais e os fatores que contribuem para essas transformações.

EM13CHS401: Essa habilidade enfatiza a capacidade de criar e interpretar mapas e infográficos como ferramentas essenciais para a análise de fenômenos naturais e sociais, destacando a importância da leitura crítica dessas representações para entender as relações de poder e a distribuição de recursos e populações.

Minibiografia do autor

Vinicius Cavichioli Rodrigues é formado em Jornalismo pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) e em Gestão Ambiental pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), além de ser Líder Climático no The Climate Reality Project. Com mais de dez anos de experiência na área ambiental, tem vivência tanto no setor público quanto no privado. Atuou como docente em cursos profissionalizantes no SENAC e na graduação de Engenharia Ambiental na Universidade de Santo Amaro (UNISA), disseminando esse conhecimento e abordando temas alinhados com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, sempre com foco na temática ambiental. Recentemente, trabalhou como Gestor de Unidades de Conservação no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Atualmente, é Analista de Meio Ambiente na JBS, desempenhando suas atividades na Unidade de SUAPE.

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